Doping musical: como usar esse efeito no cotidiano

Você já ouviu falar da expressão “doping musical”?

Vários atletas profissionais utilizam a música para melhorar a performance. Seja para se concentrar antes de um treino, uma competição, ou se motivar.

É cientificamente comprovado que a música pode melhorar o desempenho de atletas, por meio do aumento da capacidade ou retardo da fatiga. Especialmente as com batidas fortes, com palavras de incentivo. Esse efeito é conhecido como doping musical.

Entretanto, você não precisa ser atleta para sentir esse efeito.

No cotidiano, podemos usar a música a nosso favor de diversas formas, não apenas para melhorar a performance esportiva.

Aqui estão algumas dicas de como explorar a música nas pequenas coisas, além do doping musical:

FAZER AS TAREFAS DE CASA COM MAIS ÂNIMO (SENDO ELAS CHATAS OU NÃO)

Quem nunca escutou música enquanto lavava pratos na cozinha? Se não fez isso, recomendo.

Você até esfrega com mais força, dança, canta, o tempo passa mais rápido. Só não vale desperdiçar água.

Fazer faxina com a clássica:

Diga aonde você vai, que eu vou varrendo

(Diga aonde você vai, que eu vou varrendo)

Vou varrendo, vou varrendo, vou varrendo, vou varrendo

(Vou varrendo, vou varrendo, vou varrendo, vou varrendo)

“Dança da Vassoura” – Molejo

Cozinhar pode ser prazeroso ou muito chato, dependendo do ponto de vista. Escutar uma música ambiente ou alguma que goste, isso deixa o clima mais gostoso.

Arrumar a cama, o armário. Lavar roupa. Estender o varal. Passar roupa. Uma lista imensa de tarefas que podemos encaixar a música.

Obs: Cuidado para não incomodar os vizinhos! Ninguém é obrigado a ouvir som alto, nem cantoria desafinada haha.

Obs: Quem inventou o fone de ouvido para mim é um santo. Entretanto, tomo bastante cuidado para deixar num som confortável e que não prejudique minha audição. O uso constante de fone de ouvido em volume de som alto pode causar danos irreversíveis à audição.

MANTER O RITMO AO SE EXERCITAR

Não é à toa que nas academias, as músicas tocadas são aquelas bem animadas.

O ritmo das músicas é um fator que influencia fortemente na execução dos movimentos. O ritmo é medido pelo bpm (beats per minute, ou batidas por minuto). Quanto maior o bpm, mais “agitada” é a música.

Existem diversos estudos sobre a música durante a prática de atividades físicas (algumas referências ao final). É interessante perceber a diferença de performance entre:

Sem escutar música X Escutar música X Escutar suas músicas preferidas.

O ritmo, contexto social, letra… São fatores que ainda estão sendo investigados pela ciência. O setor do cérebro que é impactado, como é este mecanismo, que fator tem maior peso nessa relação entre música e performance.

Interessante, não?

MUSICOTERAPIA

Esta forma de terapia trabalha diversos aspectos: consciência corporal, reconhecimento de sensações e sentimentos, técnicas de relaxamento.

Ao trabalhar as músicas, os temas delas são discutidos, além de ser possível improvisar, cantar e tocar instrumentos.

A musicoterapia faz parte dos tratamentos complementares oferecidos pelo SUS. A portaria 145/2017 incluiu a musicoterapia como uma das Práticas Integrativas Complementares (PICs).

DANÇAR, SE DIVERTIR

Não precisa ser apenas em festas para dançar.

Muita gente tem vergonha de dançar, o que acho uma pena. Penso que o mais importante é se divertir. Sentir a música fluindo pelo corpo, pouco me importa se danço bem ou não.

Por que não pegar uma coreografia na internet e tentar fazer em casa?

Os ritmos são os mais variados. Zumba, hip hop, zouk, forró, tem de tudo. Virou moda os desafios de dança no Tik Tok, as coreografias.

Os ritmos são os mais variados. Zumba, hip hop, zouk, forró, tem de tudo. Virou moda os desafios de dança no Tik Tok, as coreografias.

Particularmente, sou fã de zumba e adoro tentar as coreografias de músicas latinas.

Além de me divertir, é bom para treinar coordenação motora e fazer um aeróbico.

USAR PARA SE CONCENTRAR

Esse ponto é controverso, preciso admitir.

Para algumas pessoas, pode mais distrair do que ajudar a se concentrar. É preciso ver se funciona para você ou não.

Uma tática que pode te ajudar é usar músicas instrumentais ou música ambiente ao estudar, ou realizar alguma tarefa mais elaborada.

Outra tática, especialmente para quem está aprendendo um idioma novo, é escutar música na língua que está aprendendo. Isso funcionou muito para mim e explicarei melhor no próximo tópico.

TREINAR A PRONÚNCIA DE OUTROS IDIOMAS

Além de deixar meu cérebro focado no idioma, a música me ajuda muito a perceber os detalhes de pronúncia.

Qual a sílaba tônica, se todas as letras são pronunciadas, diferentes sotaques do idioma.

No início, você não percebe essas coisas, mas de tanto escutar os sons, sua percepção se torna muito mais aguçada.

Parece que seu ouvido “se abre” e você percebe nitidamente as diferenças.

Além disso, é uma forma de me conectar com a parte cultural. Perceber quais são os ritmos mais frequentes daquele país, como as questões humanas são retratadas (a dor de cotovelo, a alegria, a tristeza, os relacionamentos). Descobrir novas formas de se expressar e pensar. Aprender palavras e expressões novas.

SE INSPIRAR E REFLETIR

Há diversos tipos de canções. Aquelas que te fazem querer dançar, outras chorar, outras cantar como se não houvesse amanhã.

Calmas ou agitadas. Emocionantes.

Quantas músicas você já ouviu e se sentiu inspirada a ser uma pessoa melhor?

Quantas você já se identificou com a letra e se sentiu acolhida?

Não é à toa que músicas com críticas sociais ou que falam sobre relacionamentos geralmente são atemporais. Além do sentimento de conexão, nos fazem refletir.

Vários artistas se sentiram mais inspirados para compor durante a pandemia e as pessoas se identificam com os sentimentos e as experiências. Por falar nisso, valorize o trabalho deles. Diga o tanto que admira e aprecia o trabalho dele.

FAZER AMIZADES

A música pode nos conectar com os artistas como também com pessoas ao nosso redor.

Descobrir que seu colega gosta da mesma banda que você. Ou que ele gosta de uma banda que você despreza e por isso, você vai brincar com ele que o gosto musical dele é péssimo.

Amizades improváveis podem surgir de algo simples.

Combinar de assistir alguma live, de ir a algum show (quando for possível), trocar ideias sobre o último lançamento.

A música é incrível, não é mesmo?

Compartilhe este texto com seus amigos, para que mais gente possa aproveitar do efeito de doping musical.

Aproveite!

Veja também as fontes que usei:

JAVARONI JÚNIOR, Antonio Carlos. Efeitos da música no desempenho de uma atividade física. 2010. 37 f. Trabalho de conclusão de curso (licenciatura – Educação física) – Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/119476>.

Costas I. Karageorghis & David-Lee Priest (2012) Music in the exercise domain: a review and synthesis (Part I), International Review of Sport and Exercise Psychology, 5:1, 44-66, DOI: 10.1080/1750984X.2011.631026

Disponível em: http://blog.saude.mg.gov.br/2017/07/19/terapiascomplementares-saiba-mais-sobre-a-musicoterapia-no-sus/. Acesso em 17 de agosto de 2020.

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